CONTO
SEMINARIO DOS RATOS
Setenta anos de idade, pensei que já tinha visto de tudo nesta vida, mas faltava isto.
Fui chamado para o 1º seminário dos ratos, curioso e com tempo disponível para este programa “patrocinado pela FUNAI”. Fui conferir do que se tratava; chegando ao local marcado para saída encontrei vários estudantes de um tal curso de edificações. Moças bonitas bem arrumadas com ar jovial encontravam-se neste local, varias pessoas com instrumentos musicais. Logo imaginei deve ser brincadeira do meu neto Pedro ter convidado um senhor desta idade para o meio desta garotada.
Logo ele chegou com seu boné de lado, magro como uma vara de bambu, mas alegre, logo foi me apresentando ao pequeno grupo de músicos que ali estavam.
– Este e seu Juvenal, meu avô, que vai ensinar para vocês como se toca um bom Amado batista. Chegaram professores e alguns pais que também não estava entendendo o porquê deste tal seminário, entramos no ônibus e iniciamos a viagem. No decorre da viagem, apareceu logo um violão, instrumento que domino com intimidade, logo pediram um Amado batista, para não contrariar os presentes, desenterrei uma das antigas que o ônibus quase tombou.
Chegamos ao local do tal seminário, passamos por duas locomotivas de 1900 e bolinhas. Passamos por uma trilha no meio do mato, e chegamos em uma casa velha em ruínas, mal cuidada um risco para qualquer um que se atrevesse a entrar neste local. O que mais chamava atenção neste local realmente era a quantidade de ratos no local.
Formou-se um circulo e iniciou-se a apresentação de um trabalho sobre construções antigas, e o descaso dos governantes perante aquela que era uma residência de D Pedro, quando o mesmo vinha para este estado.
Acabando a apresentação chegou à hora do almoço e todos desceram para um restaurante dentro de uma das locomotivas e cantamos muito Amado batista.
Autor
Rogério